quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
terça-feira, 27 de dezembro de 2016
floração do corpo
floração do corpo
dentro de mim
o cárcere
nada sei da minha
totalidade
queria demorar
no meu tempo
percorrendo-me com
cuidado
sinto-me terrena
ao ser tocada por
outro corpo
mão na mão
água circundando
o outro é terra úmida
em mim
expectativa
vida
palpitação
gosto de ser tomada
sou fêmea na Terra
nas volúpias eternas
corpos foram feitos
para serem tocados
a carne é linda
faço-me carne
enfim.
Hilda Helena Dias
THE LOVERS
Performance for Camera
Ana Montenegro and Maurizio Mancioli, collaboration
São Paulo, 2015
dentro de mim
o cárcere
nada sei da minha
totalidade
queria demorar
no meu tempo
percorrendo-me com
cuidado
sinto-me terrena
ao ser tocada por
outro corpo
mão na mão
água circundando
o outro é terra úmida
em mim
expectativa
vida
palpitação
gosto de ser tomada
sou fêmea na Terra
nas volúpias eternas
corpos foram feitos
para serem tocados
a carne é linda
faço-me carne
enfim.
Hilda Helena Dias
THE LOVERS
Performance for Camera
Ana Montenegro and Maurizio Mancioli, collaboration
São Paulo, 2015
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
dentro de mim
dentro de mim
insisto em olhar
sinto o mundo
sou alguém
nas paisagens e
corpos visitados
a vida cortada
numa fusão atemporal
no outro a vida
a alma inquieta
analisa o novo instante
entrego-me
àquilo que não compreendo
no chão seco me lavro
com suor
nada conto
articulo a ficção no
fluxo de memória
bebo a vida
embriago- me
do seu líquido que
parará de sangrar em
meu corpo
caminho dilacerada
abalo meu comportamento
ossificado
o coração selvagem
alegra-se
do tudo
de nada ser.
Hilda Helena Dias
COCOON - Casulo
Performance for Camera
Ana Montenegro and Edgar Ulisses Filho.
São Paulo, 2009
insisto em olhar
sinto o mundo
sou alguém
nas paisagens e
corpos visitados
a vida cortada
numa fusão atemporal
no outro a vida
a alma inquieta
analisa o novo instante
entrego-me
àquilo que não compreendo
no chão seco me lavro
com suor
nada conto
articulo a ficção no
fluxo de memória
bebo a vida
embriago- me
do seu líquido que
parará de sangrar em
meu corpo
caminho dilacerada
abalo meu comportamento
ossificado
o coração selvagem
alegra-se
do tudo
de nada ser.
Hilda Helena Dias
COCOON - Casulo
Performance for Camera
Ana Montenegro and Edgar Ulisses Filho.
São Paulo, 2009
sábado, 24 de dezembro de 2016
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
domingo, 20 de novembro de 2016
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
Retirada
retirada
no deserto estreito
corpos perdidos
sem armas
são espremidos
no horror
do deserto
tudo treme
faz doer
envolvidos
na guerra
sem dimensão
corpos dis-postos
contra o mundo
migalhas é o q tenho
a fome de todos
é maior q a minha
bebo o oásis
da noite
a loucura é
dobrada
o deserto cede
a vida some.
Hilda Helena Dias
no deserto estreito
corpos perdidos
sem armas
são espremidos
no horror
do deserto
tudo treme
faz doer
envolvidos
na guerra
sem dimensão
corpos dis-postos
contra o mundo
migalhas é o q tenho
a fome de todos
é maior q a minha
bebo o oásis
da noite
a loucura é
dobrada
o deserto cede
a vida some.
Hilda Helena Dias
domingo, 13 de novembro de 2016
sábado, 5 de novembro de 2016
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
domingo, 23 de outubro de 2016
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
domingo, 2 de outubro de 2016
Minha noite
minha noite
a noite ficou
pequena
me despertei num
voo infinito
com a ponta da
língua
as papoulas se
entrelaçavam
os galhos das
árvores acariciavam
as folhas caídas
a estátua se
comovia
parei para o
descanso alcançado
horas sem nome
não contavam
meus dias
rejeitavam me
levar em
águas tranquilas
separada do
mundo
na minha noite
a morte
neurônios despidos
congelados na
proximidade e
distância
na fumaça dos
incensos
palavras injustas
de culpas expiadas
que dei alma
na palavra
cadáver me lavei
e penteei
deixando o
olho seguir
pro céu.
Hilda Helena Dias
Horst O.Hort
a noite ficou
pequena
me despertei num
voo infinito
com a ponta da
língua
as papoulas se
entrelaçavam
os galhos das
árvores acariciavam
as folhas caídas
a estátua se
comovia
parei para o
descanso alcançado
horas sem nome
não contavam
meus dias
rejeitavam me
levar em
águas tranquilas
separada do
mundo
na minha noite
a morte
neurônios despidos
congelados na
proximidade e
distância
na fumaça dos
incensos
palavras injustas
de culpas expiadas
que dei alma
na palavra
cadáver me lavei
e penteei
deixando o
olho seguir
pro céu.
Hilda Helena Dias
Horst O.Hort
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
Anúncio da sentença
anúncio da sentença
palavras negras
nos manhãs
tardes e
noites
ressuscitam pela
morte
minha sentença
de minha boca
verdades despidas e
respirando sombras
renascem fios
anjos descem
para nadar
na ondulação
minha última
palavra errrante
anuncia meu julgamento.
Hilda Helena Dias
PHALLUS
Performance for Camera
Ana Montenegro and Bárbara Cunha, collaboration
São Paulo, SP, 2016
palavras negras
nos manhãs
tardes e
noites
ressuscitam pela
morte
minha sentença
de minha boca
verdades despidas e
respirando sombras
renascem fios
anjos descem
para nadar
na ondulação
minha última
palavra errrante
anuncia meu julgamento.
Hilda Helena Dias
PHALLUS
Performance for Camera
Ana Montenegro and Bárbara Cunha, collaboration
São Paulo, SP, 2016
terça-feira, 27 de setembro de 2016
domingo, 18 de setembro de 2016
Dói ser vida
Com a palavra, o Monstro da teatropia da poemusica: Joel Costamar:
" *
Tai minha parceira de gostos e enfrentamentos, sempre com muito prazer nas postagens e papos. Aproprio-me da sua escrita e de parte do seu ar, prá fazer outra música de uma Hilda que entra pelas retinas, pelos ouvidos, pelos poros e sai como ato-canção... Teatropia da poemúsica.
Visto minha armadura de cordas, garganta e tesão prá enfrentar o possível, enfrentar o monstro da apatia e das teorias encardidas que aprisionam nossos atos. Ela, a Hilda, ela o poema - Ela a vida nua, consciente da sua nudez-coragem, sobe montanhas, se alimenta de seu céu e desce ao lodo-Nanã.
Sabemos... O poema por si só já se basta, o tudo mais é consequência... Reação, teat(r)o. Aqui, música, som, ruído... Ação.
*
Foquei meus atuais parceiros nesta lista do soundcloud.
Fiquem à vontade."https://soundcloud.com/joel-costamar/doi-ser-vida-de-hilda-helena-dias-musica-joel-costamar?in=joel-costamar/sets/de-poemas-amigos-e-amores
dói ser vida
a veia pulsa
barro
vaso aquecido
em brasas
o querer da
noite negra
no peito do
louco
é dor ser
vida.
Hilda Helena Dias
Fotografia: Arô Ribeiro
Teatropia da poemúsica:Joel Costamar
" *
Tai minha parceira de gostos e enfrentamentos, sempre com muito prazer nas postagens e papos. Aproprio-me da sua escrita e de parte do seu ar, prá fazer outra música de uma Hilda que entra pelas retinas, pelos ouvidos, pelos poros e sai como ato-canção... Teatropia da poemúsica.
Visto minha armadura de cordas, garganta e tesão prá enfrentar o possível, enfrentar o monstro da apatia e das teorias encardidas que aprisionam nossos atos. Ela, a Hilda, ela o poema - Ela a vida nua, consciente da sua nudez-coragem, sobe montanhas, se alimenta de seu céu e desce ao lodo-Nanã.
Sabemos... O poema por si só já se basta, o tudo mais é consequência... Reação, teat(r)o. Aqui, música, som, ruído... Ação.
*
Foquei meus atuais parceiros nesta lista do soundcloud.
Fiquem à vontade."https://soundcloud.com/joel-costamar/doi-ser-vida-de-hilda-helena-dias-musica-joel-costamar?in=joel-costamar/sets/de-poemas-amigos-e-amores
dói ser vida
a veia pulsa
barro
vaso aquecido
em brasas
o querer da
noite negra
no peito do
louco
é dor ser
vida.
Hilda Helena Dias
Fotografia: Arô Ribeiro
Teatropia da poemúsica:Joel Costamar
à tua semelhança
à tua semelhança
mamo nos teus peitos
tritura-me
sou tralha
cria do bom
humor
apanho
coronhadas santas
gastam
e abatem
gozas com
o meu Nada
sou devorada
pelos dentes
sagrados
dou meu corpo
obrigada
na fúria descontida
desordenada
um molde
divino
não meu
num ato heroico
o escuro
de mim
me fere
e adoece
me faz
homem.
Hilda Helena Dias
mamo nos teus peitos
tritura-me
sou tralha
cria do bom
humor
apanho
coronhadas santas
gastam
e abatem
gozas com
o meu Nada
sou devorada
pelos dentes
sagrados
dou meu corpo
obrigada
na fúria descontida
desordenada
um molde
divino
não meu
num ato heroico
o escuro
de mim
me fere
e adoece
me faz
homem.
Hilda Helena Dias
Espírito
espírito
vem de mim e
de minha carne
o obscuro
que se
disfarça de
faca e seduz
a fruta
para ser
mordida
os traços delicados
e simétricos
jamais me
buscam
sou negra com
estampas purpuras
o espírito negro
incendeia o espaço
montado sobre
minha bunda viva
sou vício
escuro da
terra que
lateja.
Hilda Helena Dias
PHALLUS
Performance for Camera
Ana Montenegro and Bárbara Cunha, collaboration
São Paulo, SP, 2016
vem de mim e
de minha carne
o obscuro
que se
disfarça de
faca e seduz
a fruta
para ser
mordida
os traços delicados
e simétricos
jamais me
buscam
sou negra com
estampas purpuras
o espírito negro
incendeia o espaço
montado sobre
minha bunda viva
sou vício
escuro da
terra que
lateja.
Hilda Helena Dias
PHALLUS
Performance for Camera
Ana Montenegro and Bárbara Cunha, collaboration
São Paulo, SP, 2016
quinta-feira, 28 de julho de 2016
sexta-feira, 1 de julho de 2016
sábado, 25 de junho de 2016
espírito
espírito
vem de mim e
de minha carne
o obscuro
que se
disfarça de
faca e seduz
a fruta
para ser
mordida
os traços delicados
e simétricos
jamais me
busca
sou negra com
estampas purpuras
o espírito negro
incendeia o espaço
montado sobre
minha bunda viva
sou vício
escuro da
terra que
lateja.
Hilda Helena Dias
PHALLUS
Performance for Camera
Ana Montenegro and Bárbara Cunha, collaboration
São Paulo, SP, 2016
vem de mim e
de minha carne
o obscuro
que se
disfarça de
faca e seduz
a fruta
para ser
mordida
os traços delicados
e simétricos
jamais me
busca
sou negra com
estampas purpuras
o espírito negro
incendeia o espaço
montado sobre
minha bunda viva
sou vício
escuro da
terra que
lateja.
Hilda Helena Dias
PHALLUS
Performance for Camera
Ana Montenegro and Bárbara Cunha, collaboration
São Paulo, SP, 2016
quinta-feira, 23 de junho de 2016
Eterno
eterno
eterna ilusão
beber a água
onde a lua
se esconde
deito-me
como uma
égua negra
e bebo o
reflexo do
Sol
dominado de
ossos e fendas
acredito ser
ouro no
mundo
aprendi o
amor
a carne vadia
circula o
eterno
sem tocar
nada sendo
fantasio-me
de existir
e ser
sem boca
e mãos
com patas e
focinho
sou égua
embriagada.
Hilda Helena Dias
Arte Laurie Pace
eterna ilusão
beber a água
onde a lua
se esconde
deito-me
como uma
égua negra
e bebo o
reflexo do
Sol
dominado de
ossos e fendas
acredito ser
ouro no
mundo
aprendi o
amor
a carne vadia
circula o
eterno
sem tocar
nada sendo
fantasio-me
de existir
e ser
sem boca
e mãos
com patas e
focinho
sou égua
embriagada.
Hilda Helena Dias
Arte Laurie Pace
terça-feira, 14 de junho de 2016
da vontade
da vontade
deus deseja
sem escapatória
pudor ou
vergonha
atrevido
e sem mentiras
movimenta-se
como serpente
fazendo presas
com intimidade
atravessa a
vida que sustenta
o corpo em
brasa
sobe a
a Torre de
Babel
farto de
beber e comer
cheio de queixas
afasta-se
e volta
a cada noite
sendo indo
me faz casa
sua carne
no corpo
deixa espinhos
que simula
dor
no Paraíso
que goza.
Hilda Helena Dias
deus deseja
sem escapatória
pudor ou
vergonha
atrevido
e sem mentiras
movimenta-se
como serpente
fazendo presas
com intimidade
atravessa a
vida que sustenta
o corpo em
brasa
sobe a
a Torre de
Babel
farto de
beber e comer
cheio de queixas
afasta-se
e volta
a cada noite
sendo indo
me faz casa
sua carne
no corpo
deixa espinhos
que simula
dor
no Paraíso
que goza.
Hilda Helena Dias
secreto desejo
secreto desejo
para o poeta
a beleza da
fantasia
é realidade
utópica do
imaginário
enlouquecido
jura sanidade
no auge
da loucura
no tédio de
existir
é volúpia
do sonho
parte do
real desvanecido
espectro de fantasma
vivo
ferve a carne e
sonho
regado pelas
lágrimas
inveja os que
dependem de
chuva
submetido ao
horror
sem suportar
o silêncio
dos astros
é profeta
das cinzas
amaldiçoadas
a tocar o sono
vê fantasmas
pensando rabiscos
no caderno
sem nada a
dizer
inadaptados para
o demasiado
trabalho
na memória
do tempo
tem esperança
na morte
carrega um
morto vivo
que vive
com ele
neste momento
acende o
cigarro e
olha a
mesma merda
de tentar
manter o equilíbrio
tropeçando no
desconhecido
no tropeço
jogando com o
destino
deseja e
ama o secreto
abismo.
Hilda Helena Dias
Arte: Tulio Pericoli, Virginia Woolf 1987
para o poeta
a beleza da
fantasia
é realidade
utópica do
imaginário
enlouquecido
jura sanidade
no auge
da loucura
no tédio de
existir
é volúpia
do sonho
parte do
real desvanecido
espectro de fantasma
vivo
ferve a carne e
sonho
regado pelas
lágrimas
inveja os que
dependem de
chuva
submetido ao
horror
sem suportar
o silêncio
dos astros
é profeta
das cinzas
amaldiçoadas
a tocar o sono
vê fantasmas
pensando rabiscos
no caderno
sem nada a
dizer
inadaptados para
o demasiado
trabalho
na memória
do tempo
tem esperança
na morte
carrega um
morto vivo
que vive
com ele
neste momento
acende o
cigarro e
olha a
mesma merda
de tentar
manter o equilíbrio
tropeçando no
desconhecido
no tropeço
jogando com o
destino
deseja e
ama o secreto
abismo.
Hilda Helena Dias
Arte: Tulio Pericoli, Virginia Woolf 1987
segunda-feira, 6 de junho de 2016
deite comigo
deite comigo
a vida intensa
não se afastará de
mim
beberá
paixão e
inquietação
sem mim
ela é vazia
por isso invento
ervas negras
empresto meus
pés no chão e
minha carne
carmim
será fácil
entender a
razão de
buscar em
mim a
embriaguez
oh vida
deite-se comigo
me beba
extrapole essa
distância.
Hilda Helena Dias
Foto: Arô Ribeiro
(Estudo- Elogio à sombra.Esse é um estudo sobre o uso da luz)
a vida intensa
não se afastará de
mim
beberá
paixão e
inquietação
sem mim
ela é vazia
por isso invento
ervas negras
empresto meus
pés no chão e
minha carne
carmim
será fácil
entender a
razão de
buscar em
mim a
embriaguez
oh vida
deite-se comigo
me beba
extrapole essa
distância.
Hilda Helena Dias
Foto: Arô Ribeiro
(Estudo- Elogio à sombra.Esse é um estudo sobre o uso da luz)
sedentos
sedentos
a vontade
de beber a vida
nos põe de pé
salivando
procura-se
seu gosto seco
e reluzente
acariciando
os lábios
ela pede
lava-me
as manchas
vivas
irregulares e
distintas
cobrem a carne viva
rompem da alvorada
ao crepúsculo
desfeitas com
o tempo.
Hilda Helena Dias
Detalhes da emocionante performance "Tapete Manifesto" - Teatro Arena
Foto: Arô Ribeiro
a vontade
de beber a vida
nos põe de pé
salivando
procura-se
seu gosto seco
e reluzente
acariciando
os lábios
ela pede
lava-me
as manchas
vivas
irregulares e
distintas
cobrem a carne viva
rompem da alvorada
ao crepúsculo
desfeitas com
o tempo.
Hilda Helena Dias
Detalhes da emocionante performance "Tapete Manifesto" - Teatro Arena
Foto: Arô Ribeiro
Coração sem peso
coração sem peso
todos são sozinhos
na essência meu
sangue me transmuta
ressuscita-se
se elevando-nos
segredos que não
se entendem
amo-me
vejo meu eco interior
no corpo vivo
deslumbro-me diante
de ser mistério
trabalho comigo e
esvaziar-me-ei de
luz
concentro-me no
nada que me
toma e
ordena a solidão
profunda
não me aflijo
o amor é perfeito
calo-me
não tenho tempo
para tormento
a vida é curta
tento tornar os
momentos lógicos
dou nome a
mim
eu mesma me faço
batizo-me no meu
eu
nada se perde sentindo.
Hilda Helena Dias
Fotografia: Arô Ribeiro com Luís Mármora
todos são sozinhos
na essência meu
sangue me transmuta
ressuscita-se
se elevando-nos
segredos que não
se entendem
amo-me
vejo meu eco interior
no corpo vivo
deslumbro-me diante
de ser mistério
trabalho comigo e
esvaziar-me-ei de
luz
concentro-me no
nada que me
toma e
ordena a solidão
profunda
não me aflijo
o amor é perfeito
calo-me
não tenho tempo
para tormento
a vida é curta
tento tornar os
momentos lógicos
dou nome a
mim
eu mesma me faço
batizo-me no meu
eu
nada se perde sentindo.
Hilda Helena Dias
Fotografia: Arô Ribeiro com Luís Mármora
domingo, 5 de junho de 2016
MENOR
MENOR
sou hóspede
da vida
durmo em
tecido de junco
traçado de cores
misturadas
de delícias
horror e
ódio
amo-te
vida
polpa comestível
saliva
arbusto que
me trata
te adoro
descendo
és rio
que desce
pelas
entranhas
faz esquecer
casa
sorriso leve
a energia
da terra
mastigada
pelos dentes
postiços
os círculos
de pobreza
te bebo
invento abrigo
alimento
que sacia meu
querer gigante
conquistas-me
me chamando
ardente
me canta
e me ama
embriagada por
ser amada
tanto assim
me diminuo
pelos goles desperdiçados.
Hilda Helena Dias
sou hóspede
da vida
durmo em
tecido de junco
traçado de cores
misturadas
de delícias
horror e
ódio
amo-te
vida
polpa comestível
saliva
arbusto que
me trata
te adoro
descendo
és rio
que desce
pelas
entranhas
faz esquecer
casa
sorriso leve
a energia
da terra
mastigada
pelos dentes
postiços
os círculos
de pobreza
te bebo
invento abrigo
alimento
que sacia meu
querer gigante
conquistas-me
me chamando
ardente
me canta
e me ama
embriagada por
ser amada
tanto assim
me diminuo
pelos goles desperdiçados.
Hilda Helena Dias
quarta-feira, 25 de maio de 2016
segunda-feira, 23 de maio de 2016
sobre a morte
sobre a morte
palavras
sangrentas e
duras
em caras
ásperas
convidam a
vida para
sentar-se à
mesa
coisas não
ditas é
bebida destilada
que aos poucos
lapidadas
viram gotas
petrificadas que
insulta o
passado e
o agora
junto à
vida
somos riso
mergulhado nos
hálitos que
permite
o paraíso
conquista-se
o sofrimento
no esquecimento
dormimos na
morte
em êxtase
esperamos um
que nos cubra
de essências.
Hilda Helena Dias
THE LOVERS
Performance for Camera
Ana Montenegro and Maurizio Mancioli, collaboration
São Paulo, 2016
palavras
sangrentas e
duras
em caras
ásperas
convidam a
vida para
sentar-se à
mesa
coisas não
ditas é
bebida destilada
que aos poucos
lapidadas
viram gotas
petrificadas que
insulta o
passado e
o agora
junto à
vida
somos riso
mergulhado nos
hálitos que
permite
o paraíso
conquista-se
o sofrimento
no esquecimento
dormimos na
morte
em êxtase
esperamos um
que nos cubra
de essências.
Hilda Helena Dias
THE LOVERS
Performance for Camera
Ana Montenegro and Maurizio Mancioli, collaboration
São Paulo, 2016
domingo, 22 de maio de 2016
carnívora
carnívora
a vida faminta
com tiras
passadas
nos ombros
segura o
corpo no
precipício
a vida é
carne viva
sangrenta
pedaço de
serpente
que devora-se
com a lividez
da língua
com o seu carmim
nos lavamos
até os ossos
e saímos
passeando
pela cidade
e ela com
bico de corvo
de nós
se alimenta.
Hilda Helena Dias
a vida faminta
com tiras
passadas
nos ombros
segura o
corpo no
precipício
a vida é
carne viva
sangrenta
pedaço de
serpente
que devora-se
com a lividez
da língua
com o seu carmim
nos lavamos
até os ossos
e saímos
passeando
pela cidade
e ela com
bico de corvo
de nós
se alimenta.
Hilda Helena Dias
quinta-feira, 19 de maio de 2016
quarta-feira, 18 de maio de 2016
segunda-feira, 16 de maio de 2016
o voo
o voo
as pernas
dementes
caminham com
lentidão
o desejo de
ser pássaro
retarda a
partida
há frutas no
quintal
com a cabeça
onde o sol
se esconde
o sagrado e
profano
caminham no
meio de delatores
anônimos
que gozam em
teias
os intensos aproveitam
as labaredas e
levantam
voo.
Hilda Helena Dias
Segredos Profanos- tumbir
as pernas
dementes
caminham com
lentidão
o desejo de
ser pássaro
retarda a
partida
há frutas no
quintal
com a cabeça
onde o sol
se esconde
o sagrado e
profano
caminham no
meio de delatores
anônimos
que gozam em
teias
os intensos aproveitam
as labaredas e
levantam
voo.
Hilda Helena Dias
Segredos Profanos- tumbir
quinta-feira, 12 de maio de 2016
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